quinta-feira, 1 de março de 2012

Praticamente um joguinho de vídeo-game




Finalmente voltamos aos relatos de nossos odisséicos e mambembes espetáculos. É verdade que há uma pequena diferença de alguns 8 meses entre os acontecimentos e a postagem no blog, mas isso é apenas um detalhe diante da importância que é esse registro para a posteridade.
Hoje contaremos um pouco da aventura radical que foi chegar a Conceição do Araguaia, cidade localizada no sul do estado do Pará, onde realizamos mais um concerto da nossa Mini-Turnê de Inverno, aos vinte e dois dias do mês de julho do ano da graça de dois mil e onze.

Vamos lá:

1º Estágio: A nossa aventura começa bem antes e bem longe do local do próximo show. No dia 17 de julho, partimos de Itabira-MG para Campinas-SP, era de lá que sairia o voo que nos levaria até o nosso destino, ou parte dele. Mas contar assim dessa forma, sem os detalhes especiais, não possui graça alguma, então vamos a toda dramaticidade da história: Antes de seguirmos os 680km que restavam até a cidade paulista, demos uma paradinha na aconchegante e saudosa Belo Horizonte para rever alguns amigos e familiares, reabastecer o estoque de Cd´s, dar uma conferida nas atividades dos parceiros da Híbrido Comunicação e Cultura e conhecer o Pomar da Floresta, um perigoso reduto de produção de ideias e cultura de BeverlyZonte.
Só depois de tudo isso é que seguimos nosso caminho, que por enquanto, tinha como destino a maior cidade do interior do Brasil. Em pouco mais de oito horas de viagem, sem muita pressa e stress, lá se foram os seiscentos e tantos quilometros que nos separava do aeroporto que nos ligaria a outro aeroporto que finalmente nos ligaria ao Norte do país.
Missão cumprida com louvor, confessamos que não foi nada difícil, coisa de primeiro estágio.

2º Estágio: Em uma fria manhã de terça-feira, com a rodovia engarrafada, acidentes na pista, policia rodoviária bastante irritada, um grande atraso, um péssimo atendimento no check-in aliado ao um grande erro da TAM, finalmente embarcamos para Brasília. Sim, a capital federal. Era de lá que partiria o aviãozinho com direção a única região não explorada, até então, pelo Sicilianos. Aproveitamos a conexão para tentar resolver o erro que a TAM cometeu no cálculo de nossas bagagens, e diferente do atendimento de Campinas, o pessoal de solo de Brasília foi muito legal e nos ajudou bastante. Problema resolvido e lá fomos nós com direção a Palmas-TO. Aí você pergunta: Palmas? Como assim, não era no Pará? Leia e entenderás...
O segundo estágio foi um pouco mais difícil, mas nada que não fizesse parte do nosso dia a dia. Talvez, a não ocorrência de dificuldades é que seria de se estranhar. Mais uma vez, parabéns para nós. Êêêêê!

3º Estágio: Palmas, a cidade com voos regulares mais próxima do nosso destino final, só 303Km de distância. E nós, com a soberba que é peculiar de quem está vencendo o jogo com facilidade, encaramos a estrada para o nosso destino. O cenário, o mais deslumbrante possível, tivemos o privilégio de passar uma boa parte da viagem observando o belíssimo pôr-do-sol do serrado. A estrada era, digamos, interessante. Nos apontaram o caminho, deram as referências e lá fomos nós, em uma rodovia que não possuía uma placa sequer, nem muito menos algo identificando para onde iríamos se por ela transitássemos. Chegamos ao primeiro ponto de referência que era atravessar uma balsa: feito! Continuamos pelas rodovias e constatamos que placas de sinalização ou indicação para onde estávamos seguindo não fazia parte daquele cenário. A cada quilometro rodado nós compreendíamos o porque de tantas recomendações para seguir a risca todas as indicações que haviam nos dado. Permanecemos firmes em nosso trajeto até percebermos que pelo tempo de nossa viagem já deveríamos estar em território paraense. Paramos, pedimos informações e tomamos ciência que havíamos desviado mais de 120km do trajeto que nos levaria a nosso destino, sim, 120 km, esqueceram de avisar que naquela última cidade onde ainda haviam pessoas nas ruas, deveríamos ter pego alguma saída a direita ou a esquerda... Paciência! Não adiantava chorar o combustível derramado e a única solução era corrigir o erro. De acordo com os nossos amigos informantes da estrada, existia um “atalho” para chegar a rodovia correta sem que fosse necessário regressarmos os 120km e ainda sairíamos “bem em cima da fronteira”. Como tudo que a gente queria era chegar em algum lugar, enfrentamos alguns 40kms de estradas de barro e entramos em uma estrada de asfalto: Alegria geral da nação!

Mas essa felicidade só durou uns 2 minutos, que foi o tempo exato do carro cair na primeira cratera da estrada. Música de suspense e clima de tensão no ar, a nossa média de velocidade foi de 30km por hora por mais de 70km. Nada a direita, ausência de tudo a esquerda, só a luz da lua era testemunha de nossa aventura. Telefone, internet, sinal de fumaça? Rá rá rá rá rá rá. Os poucos carros que transitavam pela estrada eram pick-ups que se mostravam mais preocupados com sua segurança do que com os buracos, pareciam participantes do Paris-Dakar frente a nosso desempenho. Mas como Nossa Senhora da Conceição do Araguaia estava com muita vontade de que chegássemos a cidade dela, após 7 horinhas de viagem finalmente aportamos em nosso destino. Isso quer dizer que vencemos o mestre e zeramos o jogo.

A zerada do jogo foi linda: Pra quem não sabe, Bárbara, a irmã caçula e vocalista do conjunto, viveu a maior parte da sua vida em Conceição do Araguaia. A Cada metro que avançávamos na cidade íamos visualizando os cenários de tantas histórias e descobrindo que a tão falada Conceição era real. Pois bem, essa foi a zerada do nosso jogo e a música tema foi Manakereki Baby Blues.

Caros expectadores, esse foi só o caminho para chegar à Conceição do Araguaia, palco do 8º show de nossa mini turnê de meio de ano. Na próxima postagem contaremos como foi o show e as histórias desse lugar. Se eu fosse você, eu não perdia! Tanananaaamm....
To be continued....
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