quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"Bienvenidos Família Siciliana, bienvenidos ô..."




Olá!
A plataforma que nós utilizamos para abrigar o nosso blog não nos dá a opção de colocar um subtítulo em cada postagem e isso às vezes se faz necessário. Então, vamos brincar de faz-de-conta. Se houvesse essa possibilidade o título do post seria: "Bienvenidos Família Siciliana, bienvenidos ô..." e o subtítulo: "Ou sobre como é jogar em casa com a torcida toda a favor.”.
 
Nos dias 9 e 10 de Julho rolou em Serrana, município paulista localizada a 316 km da capital, na região de Ribeirão Preto, o Festival Caipiro Rock 2011. Lá fizemos o nosso show no dia 10, ao lado dos parceiros do Feiticeiro Julião e da simpática galera do Nevilton. Mas apesar de toda relevância do evento, se tratando de Serrana e desse relato, ele se torna apenas um detalhe (Um belo detalhe, diga-se de passagem) frente à importância que as pessoas dessa cidade têm para nós que fazemos a Babi Jaques e Os Sicilianos.


Tivemos a grande sorte e o prazer de, em algum momento da nossa história, aportarmos por aquelas bandas. Lá conhecemos os nossos amigos do CECAC - Centro de Cultura e Ativismo Caipira. Na primeira vez fomos pra fazer, o que seria pra gente, apenas mais um show. Não conhecíamos ninguém, nem tínhamos referência alguma do que se tratava, e hoje, olhando com um distanciamento maior da situação, achamos que esse fato foi bastante benéfico. Pudemos conhecer a historia do CECAC vivenciando-a, e isso fez com que logo nas primeiras conversas e interações nos apaixonássemos profundamente por aquelas pessoas, suas histórias e suas crenças ideológicas.

O Centro de Cultura e Ativismo Caipira foi instituído em 2005 com muitas bandeiras de luta. Dentre elas está a de promover, incentivar e movimentar a produção musical entre os jovens da cidade e promover um intercâmbio musical com outras regiões do país. Vale destacar também que esse trabalho acontece muito antes da instituição do centro; desde meados da década de 90 essa galera já executava uma espécie de trabalho em rede, de promoção e difusão da arte e de discussões sobre politica e autogestão. O CECAC cresceu e cresce cada dia mais. Há alguns anos, esse exército de garotos heroicamente ocupou, ainda ocupa e dá vida a um espaço até então abandonado na cidade, conhecido pela alcunha de Parquim, enfrentando bravamente toda uma estrutura que se criou para embasar a inexistência de políticas públicas sobre cultura, que muitas vezes visa punir as pessoas que tentam promovê-la.

O Parquim se tornou a sede do CECAC e o centro das ações de educação, integração e vivência de cultura promovida pelos Caipiras. Ricardo Brasileiro, encabeçador do projeto, com a sensibilidade que lhe é peculiar, cita bem melhor o espírito da coisa: "Moleques num domingo de manhã ouvindo Misfits com enxada na mão capinando o mato. Meninas pintando as paredes por horas visando embelezar um espaço comum. Mães que organizam almoços coletivos para os convidados. Rapazes que se dedicam a dar aulas de instrumentos a outros moleques. Banda que grita com tanto ódio sua existência frustrada que faz da existência algo não tão frustrante assim. Lágrimas e sorrisos pelas madrugadas. O que era uma cena musical independente aqui virou uma visão de mundo independente. Reuniões, democracia direta, amizade, problemas e soluções. Experiência coletiva.”.


Outra coisa que é importante citar é que o CECAC não tem a ajuda de nenhum órgão público ou privado. Tudo que lá acontece é fruto do investimento pessoal e financeiro de seus membros e amigos.


Pois bem, pudemos tocar em Serrana em três ocasiões distintas: A primeira foi dentro do estúdio do Parquim, que nos dias de apresentação se torna uma casa de shows. Sim, uma casa de shows! e ela assim ela se torna não por causa de suas dimensões ou estruturas, mas pela representatividade e a grandeza que aquele pequeno e imaginário palco possui.
Lá, já rolaram apresentações de bandas de todas as partes do país como Dead Fish, Macaco Bong, Cólera, Nevilton, dentre muitos outros... Essa apresentação foi uma das mais emocionantes que fizemos e até hoje a lembrança nos comove.


Tocamos também em um evento muito legal intitulado "Natal e outras utopias" que ocorreu paralelamente ao observatório regional do Fora-do-Eixo, que além de promover o diálogo sobre todas as ações do circuito na região, também tentou construir discussões com o poder público municipal acerca de politicas culturais.


Finalmente, após muitos parágrafos de explicações, a nossa última apresentação aconteceu no Caipiro Rock 2011, mote dessa postagem. O evento que começou há alguns anos como um despretensioso encontro de bandas, se tornou um grande festival que acontece em seis cidades diferentes, com vários dias, muitos shows, workshops, oficinas, debates, muitas vivências e o mais importante: um campeonato de futebol. É imprescindivél ressaltar a paixão do pessoal do CECAC pelo futebol. Inclusive, a banda que deu origem a todo esse movimento se chama íbis Rock de Várzea, em clara referência ao nosso conterrâneo Íbis, o pior time do mundo.


Tergiversações à parte: O show, mais uma vez, foi sensacional. Ver toda aquela garotada dançando, curtindo e cantando do começo ao fim do show faz todo e qualquer trabalho valer a pena. Pela terceira vez nas nossas vidas sentimos aquela magia que só Serrana sabe gerar. No final dos outros shows que tínhamos realizado por lá, o pessoal sempre puxava o coro: “Caipiro Rock! Caipiro Rock!” que, segundo os ativistas caipiras, significava que estávamos devidamente convidados a participar do principal e mais tradicional evento do centro. Mas dessa vez o grito foi outro. No meio da canção “A lágrima do Palhaço”, que novamente contou com a participação de malabaristas executando suas performances no palco, o pessoal começou a cantar o grito de guerra “Bienvenidos, bienvenidos ô...”, algo meio barra brava argentina, que fez com que a gente pudesse experimentar, por alguns instantes, a sensação vivenciada por um jogador de futebol ao fazer um gol na final de um campeonato.

Encontro com os amigos do Feiticeiro Julião após os shows
Ah, é importante salientar que essa mesma meninada que estava lá curtindo, foram os mesmos garotos que ajudaram a produzir, montar e receber todos para o festival. Além de, um pouco mais cedo, terem mostrado seu talento no palco, participando do recital dos alunos do projeto e com suas bandas.


Postagem enorme. Imagino que deve ser a maior do blog. Todavia é impossível falar dessa cidade, dessas pessoas, dessas causas e desses sentimentos em poucas linhas. Fica aqui o nosso muitíssimo obrigado a todos os nossos amigos do CECAC, em especial a nossa amiga Vanessa Bisco, aos queridíssimos Samir e Karina, pessoas mais que espetaculares, que sempre nos enchem de carinho e atenção e finalmente ao nosso amigo e Consigliere Ricardo Brasileiro, que guia toda essa galera para o caminho do bem!


Ufa! Finalmente! Por hoje é só!


Ciao

ps. Todas as fotos desse Post, exceto a última, são de autoria de Matheus Vieira. Confira o Flickr dele clicando aqui.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Francamente, que gig mais legal!


Opa! Olha a promessa se cumprindo, mais uma atualização no ar! Missão dada é missão cumprida! - Ops, referência cinematográfica equivocada... Mas dessa vez passa.

O tema desse post é o show na sede do Guerrilha Gig em Franca-SP!

Então, vamos lá! Saímos de Araraquara logo cedo com direção a Franca. Mais tranquilo impossível, as rodovias paulistas realmente são coisas de cinema e é um adianto e tanto na vida da gente que vive nas estradas. A parte ruim fica por conta do preço que se paga por esse serviço, mas isso é tema pra um outro post, esse aqui é única e exclusivamente de propriedade do show que fizemos no dia 09 de julho!

Voltando ao assunto: Chegando em Franca nos deslocamos diretamente para o local do show, que era também onde nós iríamos nos hospedar e é onde a galera do Guerrilha Gig trabalha, interage, pensa e movimenta cultura. Logo de cara já entramos no clima da festa. Quando da nossa chegada, os guerrilheiros montavam as estruturas e os adornos necessários para fazer esse sábado sensacional.

Vale destacar também outra grata surpresa que tivemos: Pelas mãos do grande artista Rodrigo Tas, também membro do coletivo, fomos apresentados a uma forma de arte até então desconhecida pra nós, o estêncil. Rodriguêra, como é mais conhecido pela população francana, fez o cartaz de divulgação do show utilizando essa técnica e ficou belíssimo. Além do cartaz, ele ainda estenciou algumas camisas com o tema da banda. Ao lado vocês podem conferir imagens da Babi real e da estenciada. Ah, e além das camisetas também ganhamos um estenciamento feito pelo nosso amigo que está devidamente alocado na entrada do nosso estúdio de ensaios. Coisa linda, vocês precisam ver!

E a festa se iniciou, a casa começou a lotar e o clima estava "bão demais" como diria o mineiro. Deu até pra esquecer do frio por vários momentos. O comentário mais frequente entre a gente - leia-se, a banda - era: "Bicho, isso tá parecendo aquelas festinhas de Olinda...". E para completar de fato o clima olindense faltavam apenas uma banda tocando ao vivo e uns 15 graus a mais. A temperatura não dava para mudar, mas o som poderia começar e foi o que aconteceu. Um goianiense muito gente fina, o Fernando Simplista, com a participação dos francanos do Clube dos Bagres, fez um divertidíssimo show que deixou a galera da casa com aquela vontade de quero mais.

E chegada a hora do nosso trabalho, lá fomos nós. Ao som do tema do poderoso chefão, como é de praxe, iniciamos o espetáculo. No início o público parecia meio desconfiado, mas a cada música que rolava as pessoas entravam mais no clima do concerto. Ao final, o show estava acontecendo tanto no palco quanto no público, todos em uma mesma sintonia. Até malabarista apareceu fazendo sua intervenção em "A lágrima do palhaço"! Tré cool, como diria o francês...

Pois é, meus caros. Mas nem só de anti-clichês e vivências diferenciadas é composta a turnê de uma banda independente de "música alternativa". Nós estavamos em Franca, a terra do sapato e algo estava faltando em nosso figurino. Sabe aqueles sapatos bicolores lindíssimos? Pois é, são fabricados por aquelas bandas. Que felicididade, não é mesmo?

Então, é isso. Gostariamos de parabenizar profundamente o pessoal do Guerrilha Gig, tanto pelo trabalho de incentivo e movimentação de cultura na cidade de Franca, quanto pela simpatia e hospitalidade. Fica aqui o nosso mais sincero abraço aos amigos guerrilheiros e aos amigos que fizemos nesse show. Em especial ao pessoal do núcleo durável da casa: Carlos Gomes, Bruno Morabati, Thiago Lellis, Gabriel Daibert e Rodrigo Tas e tantos outros que infelizmente a memória não nos permite lembrar. Ficamos em uma expectativa imensa de poder voltar a Franca e curtir novamente esse clima gostoso!

A familia siciliana se despede novamente prometendo voltar daqui a pouco! Então, até mais!


Ciao

2º Show, primeiras estradas e um pouco menos de frio...

Olá! Há quanto tempo, não é mesmo?

Graças a uma produção intensa e ao dia no planeta terra ter a duração de apenas 24 horas estamos há um "tempinho" sem atualizar o blog. Esperamos que a partir de agora isso não aconteça mais e todas as novidades que colocarmos aqui, de fato, ainda sejam novidades!

Mas vamos ao que interessa: O 2º show da nossa mini-turnê de inverno, que rolou em Araraquara-SP!

Mas essa viagem começa bem antes do show, mais precisamente no dia 06/07. Na quarta-feira, após um atribulado dia na paulicéia desvairada pegamos a Rodovia dos Bandeirantes em direção ao interior paulista. Porém antes de desembarcamos no destino do próximo show, fomos a nossa amada cidade de Serrana para um café com pizza de 2 dias e 2 noites... Lá acompanhamos os preparativos do Festival Caipiro Rock 2011 e matamos a saudade dos nossos amigos do CECAC.

Visitas feitas, atestado de óbito para a saudade devidamente emitido, na tarde do dia 8, sexta-feira, seguimos para a simpática cidade de Araraquara que gentilmente nos recebeu com um delicioso cheiro de suco de laranja no ar. Lá, além do aroma da fábrica da Cutrale fomos recebidos pelo pessoal do Coletivo Colméia Cultural. O nosso amigo Caiubi Mani, baixista dos Relpis Relpinistas, que também esteve imerso na Casa Fora do Eixo-SP quando estávamos por lá, foi o nosso anfitrião. Após um delicioso jantar em família assinado pelo Cheff ítalo-olindense Thiago Lasserre para selar a entrada de mais um membro pra nossa imensa máfia, seguimos para a apresentação!

O show rolou no Bombar. Uma casa muito legal, composta de pessoas muito legais, com uma proposta igualmente muito legal. Vale a pena conferir! O pessoal do Colméia Cultural em parceria com o Bombar promoveu uma belíssima Noite Fora-Do-Eixo. E um público muito legal permaneceu até o fim do nosso show, apesar do avançar da hora. Ponto pra o pessoal que promoveu a festa!
Após o show só nos restou a vontade de em breve voltar a capital mundial da laranja!

Então fica aqui os nossos sinceros agradecimentos aos amigos do Colméia Cultural, ao pessoal do Bombar e a Caiubi pela hospitalidade!

A família Siciliana se despede e promete voltar já já!

Ciao

PS. Ah! Araraquara estava um pouco menos frio que São Paulo. Só pra não deixar o título do post sem sentido! =D
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