segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sicilianos em Paranavaí (PR): Um verso em cada fulô



A melhor parte de viajar pelo país, principalmente nesse festivais que participamos é, sem dúvida alguma, conhecer pessoas incríveis. Nessas aventuras pela estrada, ganhamos de brinde amigos de verdade, aprendemos muuuuuita coisa, com muuuuuita gente e nos deliciamos com o talento de muitos artistas. Experimentamos o mundo, ouvindo, vivendo e vendo por conta própria. E é assim que guardamos na placa mental aqueles encontros especiais que posteriormente fizeram muita diferença em nossas vidas.

Pois bem... estamos nesse lero-lero porque vamos falar de uma cidade chamada Paranavaí (PR), lugar onde, mais uma vez, conhecemos pessoas incríveis. 

Primeiramente, já que estamos falando daqueles que entraram pra ficar em nossas vidas, vale ressaltar que um grande amigo que conhecemos pelos festivais, chamado Jovelino Carvalho, foi a primeira pessoa que nos falou sobre um festival em Paranavaí que "era o bicho"! Com um forte sotaque mineiro, o amante dos festivais insistiu que nos inscrevêssemos no FEMUP, pois ele já havia participado do evento anos atrás com seu grupo Verde Terra e achava que era a nossa cara.

Sem titubear nos inscrevemos. Em 2010, famintos por mostrar nosso trabalho em novos lares, esperamos ansiosos o resultado dos classificados para o festival...

... não fomos escolhidos : (

Mas somos chatos. Insistentes. Somos sicilio-brasileiros que não desistem nunca. E missão dada é missão cumprida, mesmo que ela seja comprida e demore tempo pra acontecer. Mandamos de novo nosso material em 2011. E adivinha? Apresentação marcada para o dia 15 de outubro.

Diferente dos outros festivais da canção, o FEMUP não é uma competição. É uma amostra de música e poesia. Todos os escolhidos são premiados. E sabe mais? O prêmio maior é conhecer Paranavaí. 

Chegamos na cidade. Expectativas mil. Lugar charmoso. Direto pra passagem de som. Um teatro arretado!!! Expectativa aumenta. Tantas possibilidades... Que massa! Chegamos aqui, finalmente.
Uma mulher passava o som. Era Marcela Martins, uma cantora toda simpática que mais tarde confraternizaria conosco com cervejinhas e cantorias. Nossa vez de passar o som. Cacareco pra cá, pra lá. Extensão.... tomadas... Qual a voltagem daqui? Tira a sobra da voz. Calma! Ainda tem o sample. Pronto, agora sim. Hora de ir pro hotel. Não! Esquecemos de almoçar. É tanta correria... Mas é quase hora do jantar. Então vamos almoçantar. O restaurante do festival já estava nos esperando. Mas aonde fica?

Um homem para em um carro vermelho pra nos explicar o caminho. Ao abrir a janela, o perfume dele exala em todo nosso uno alugado. Era Amauri Martinelli. O organizador de festivais mais perfumado que conhecemos. Uma pessoa cordial, gente fina e... cheirosa. 

Após um banquete elegantíssimo de derrubar qualquer ser humano... hora de descans.... EPA! Tá quase na hora. Vamos nos arrumar pra ir pro festival. Babi ainda tem que passar o vestido. Tem que pegar o ferro na mala. Eita! Esqueceu o ferro. Palma, Palma, não priemos cânico. Acontece nas melhores famílias sicilianas.

Hora de tocar...






No camarim, conhecemos uma figura nova, Luíz Salgado, participante do festival. Cantador mineirinho, que assim como todo mineiro, é legal. Tão gente fina que trocou disco conosco, proseou e filmou nossa apresentação. Ele cantou sua "Décima de Reis" que também foi filmada por alguém, que também era gente fina e filmou nossa apresentação também :)  


 Viu o video? Sentiu? Depois daquela reação de ver o público do teatro inteiro de pé foi arrepiante, emocionante, poético e foda.



Um repercussão que superou nossas expectativas. Uma recepção maravilhosa. Puxa! Como o pessoal em Paranavaí é legal. Calma... ainda tinha mais...

Fomos para o restaurante. Todos os participantes foram pra lá. Era a hora de jantar, confraternizar e relaxar. Chegamos meio sem jeito; muita gente nos olhando; até que começaram a se chegar... "Parabéns", "Adorei", "Senta aqui". Até que apareceu um Torrente. Seu primeiro nome é Dorival. Ele com sua família nos receberam com um mega sorriso e nos conectamos. Ele comentando nossa apresentação e os amigos soprando que ele era artista e pai de artista. Pai de uma moça chamada, Uyara Torrente, vocalista da pipocada A banda mais bonita da cidade. E em meio a prosas e poesias... ele se revela. E declama: 


Deu pra entender o porque esse post começou tão empolgado sobre conhecer pessoas e lugares especiais, né? Sentiu o drama?

E se eu disser que ainda tem mais? 

A noite continuou... acabou... e emendamos com o novo dia. Mas ainda ficamos lá... no restaurante. Com toda a galera do festival. Tocando, cantando, conversando e se encantando pela viagem.

Até que chega um outro Torrente. Oxente! Dois? Isso! Era Sérgio Torrente. Outro artista dessa família. Tá no sangue. Sérgio é um artista popular e arte-educador. A cada conversa com ele, aprendíamos muito. Batemos um papo sobre teatro que foi muito importante para o nosso trabalho. Aprendemos. Ouvimos. Nos surpreendemos. Tantas histórias pelo mundo... Nos identificamos. 


Hora de voltar... Que pena. Já deu saudade. Tanta gente bacana, tanto trabalho legal. Mas a vida continua e temos que continuar na luta pra conhecer novas pessoas, novos lugares e até mesmo pra voltar. Oba! Voltar quando? Em breve :) 


E como diria o mestre Patativa do Assaré declamado lindamente por Dorival Torrente....

"E pra a gente aqui ser poeta
E fazer rima completa
Não precisa professor
Basta ver no mês de maio
Um poema em cada galho
Um verso em cada fulô"

2 comentários:

  1. Nossa, demais! Isso vai entrar para os anais do festival. Vai virar documentário. Nunca alguém escreveu com tanta propriedade sobre o nosso querido FEMUP. Que presentão... Muito obrigado e sejam sempre bem vindos a Paranavaí - Cidade Poesia. Beijos de mar.

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  2. Olha, me sinto um bebezin desse Festival. Nessas palavras pude sentir o cheiro, o sabor e ver a cor e o tamanho do Femup. Parabéns vcs são TEN!!!

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